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Diário da Pandemia – 22º dia de confinamento:

Abril 09, 2020
Cada vez se torna mais agradável poder conversar com as pessoas. Sinal dos novos tempos... É claro que, com o dito isolamento social (aliás, palavras muito bonitas), precisamos tomar uma série de precauções. Ainda bem que não chegamos aos tempos dos filmes de ficção científica, em as pessoas precisam vestir muitos trajes especiais para se aproximarem de alguém “contaminado”. Mas é de se duvidar que esses dias poderão chegar?
 
Pois bem, hoje, depois de conversar longamente com uma jovem cientista, não duvido de mais nada. Por um acaso do destino (acreditam nisso?), encontrei-a na rua. Muito jovem e recém-formada em Harvard, recomendou-me, já de saída, manter o protocolo Covid-19 de ficar a uma distância prudente – acredito que ficamos a mais de 1,5 metro de distância um do outro.
Sempre a admirei muito, não só por ser jovem e bela, mas pela sua arguta capacidade de argumentação. Conheço-a há quase 12 longos anos. Além disso, quem, em sã consciência, nos “tempos sombrios” em que vivemos, duvidaria das palavras de uma cientista? Eu é que não...
 
Depois do formalismo dos cumprimentos, deixei a palavra com ela – digo e repito: não me considero à altura dos conhecimentos técnicos de uma pessoa do calibre dela.
 
Minha amiga confirmou, em breves minutos, tudo o que a mídia (representada por infectologistas, médicos e cientistas, de renome ou não) já havia me “metralhado”: cuidados com a higiene das mãos, não tocar nas pessoas, evitar sair de casa sem necessidade comprovada e por aí vai.
 
Não retruquei, nem contestei nada; concordo com tudo, inclusive seus insistentes pedidos para que eu não me aproximasse dela. Afinal, eu poderia contaminá-la, ou ser contaminado por ela.
 
Quis quase reprimi-la no momento em que se queixou do que os professores (inclusive eu!) estamos “ensinando” nas escolas. Olha que reflexão interessante: por que um aluno precisa saber sobre células se não vai ser um futuro médico ou cientista? Fiquei pasmo com esse argumento, pois, nessa hora até contra-ataquei: todas as disciplinas escolares, e todos os seus respectivos conteúdos/saberes, são importantes para a formação de todas as pessoas. Não a convenci... Paciência!
 
Terminada a preleção, chegou a hora da despedida (triste para mim, não para ela, pela jovialidade que sempre a caracterizou e caracterizará, como ser iluminado que é). Quis, pelo menos, um toque de punhos (à moda dos jovens), ao que ela recusou e sugeriu, prudentemente, apenas tocar nossos calçados um no outro. Que decepção, pra quem esperava um terno abraço e um beijo na face. Novamente, paciência com a jovem cientista! Ela é, não tenho dúvidas, o futuro da nação!
 
Para os mais curiosos, cabe, então, esclarecimentos. A “jovem cientista” está recém cursando o ensino fundamental, fim de ano completa seus 12 anos, seu nome (com muito orgulho!) é Marina Vitória, e ela atende por minha filha. Nossa conversa ocorreu à porta da casa dela.
 
Boa noite a todos!
 

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