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Diário da Pandemia – 20º dia de confinamento:

Abril 07, 2020
Hoje, o dia prometia muito. Depois de quase duas semanas “inerte” no trabalho, precisei organizar materiais para meus alunos estudarem em casa. Puxa livro daqui, retira livro dali, selecionei as atividades primeiramente para os “pequenos” – 7º e 8º anos –, conforme combinado com a direção da escola e colegas professores.
 
Confesso que, diferente do que originalmente pensava, foi uma tarefa até divertida e instrutiva. Tanto que, nesse momento em que “arquitetava” as atividades para eles, relembrei da minha longínqua fase de criança, lá pelos sete ou oito anos, na saudosa São Miguel do Oeste.
 
Naquela época, como estava no chamado “primário”, estudava à tarde. Assim, a manhã era reservada para brincar e fazer tarefas escolares. A aula era das 13h15 às 17h15 (por aí, não recordo bem). Depois, correr para casa (eu morava a apenas algumas quadras da escola) e ficar vidrado em frente à TV para assistir ao “Sítio do picapau amarelo”, baseado na fantástica obra do genial Monteiro Lobato.
 
Desse tempo, lembro que eu era uma criança muito inocente e inventiva (como eram os infantes, de um modo geral, da época), com muitos amigos para brincar das mais variadas formas: “bangue-bangue”, esconde-esconde, pega-pega, carrinhos, casa na árvore, entre mil outras brincadeiras não tecnológicas. Aliás, a única tecnologia disponível naqueles idos tempos era a televisão.
 
Vou contar um episódio inusitado que ocorreu comigo naquele tempo. Era muito comum acontecer os chamados “círculos bíblicos” católicos – basicamente, sessões que reuniam idosos, adultos e crianças para rezar, seguindo um protocolo (quase uma missa, mas sem padre). Bendito protocolo! Pois bem, em um desses círculos, na casa da Dona Norma (não tenho certeza), estávamos reunidos em torno de umas 20 pessoas. Tudo transcorria bem, até que chegou a hora das preces... Um orava pela família, outro pela paz no mundo (mesmo naquela época, já clamávamos por paz), até que o bendito aqui resolveu dizer “para que o mundo não acabe”! Risos gerais, sem disfarce algum. E eu, na maior vergonha, pensando: “será que é errado desejar que o mundo não acabe???”
 
Tempos depois, agora já no “ginásio” e estudando pela manhã, identificava-me muito com a disciplina de História. Caçoávamos (em segredo, é claro) da professora da matéria, que dizia “cousa” no lugar de coisa. Nesse tempo, fiz novas amizades. Assim, um dia, estava brincando na casa do Gelson. Acho que estávamos sem muitas ideias, quando alguém resolveu brincar com álcool e fósforo. O resultado: quase colocamos fogo na casa dele! Tivemos oportunidade de relembrar esse fato no janeiro passado, quando o visitei em Barra Velha.
 
A verdade é que esses “dias sombrios” nos possibilitam rememorar muito do passado. Afinal, como já disse outro dia, logo os afazeres domésticos terminam, e me parece ser muito mais salutar reviver momentos (bons ou maus) do que ficar em frente à TV fazendo estatísticas de mortos.
 
De minha infância, guardo só boas recordações. A juventude foi mais conturbada, mas isso é história para outro dia...
 
Boa noite a todos!
 

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