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Diário da Pandemia – 15º dia de confinamento:

Abril 02, 2020
Mais um dia rotineiro, ao que tudo indicava. Meu pequeno apê já está cansado de minha presença diuturna junto a ele. Se tínhamos alguma dificuldade de relacionamento, ela foi sanada por completo com essa Pandemia. Posso até dizer que agora convivemos tranquilamente, mesmo porque sempre procuramos nos respeitar. (Acho que estou ficando maluco ao escrever isso!).
 
De diferente, precisei ir cedo ao banco para resolver uma questão financeira. Pra falar a verdade, nunca confiei em fazer negócios por Internet... Saída rápida, como manda o “protocolo Covid-19”. Lá, poucos clientes, a maioria repetindo o “ritual”: desinfecta as mãos, utiliza o terminal e volta a desinfectar as mãos.
 
Depois, já em casa, participei de uma reunião on-line com os colegas da escola – queridos(as), que saudade de vê-los pessoalmente e bater um bom papo sobre questões pedagógicas e filosóficas!
 
O que me restou do dia, resolvi utilizar analisando os dois experimentos sociais que levei a cabo após o início da Pandemia. Portanto, sem TV hoje! Pois bem, um dos experimentos é este Diário, que muitos leitores me agraciam com sua leitura, e o outro, bem, muitos podem pensar que “pirei”, mas como contarei logo abaixo, bem assim levei-o a cabo.
 
Sem delongas: no dia 19 de março, “curtindo” o primeiro dia de confinamento, tive uma ideia fenomenal, que culminou no dito primeiro experimento social. Inicialmente, selecionei cerca de 50 candidatos a participantes. Depois, redigi cuidadosamente um “pequeno convite” a ser enviado a cada um deles. Era algo bem direto: “Tudo bem contigo? Não tenho onde almoçar a partir de amanhã. Posso almoçar na tua casa?”
 
Todos curiosos com as respostas, não é? E eu também estava. Bom, dos 50, tive cinco respostas positivas. Dos 45 restantes, diversas justificativas, inclusive de que não poderiam me receber devido ao isolamento social, o que é compreensível.
 
Vejam bem: analisando agora o que já fiz naquele mesmo dia, não me cabe julgar quem foi sincero ou não. As razões de cada um são suas. O que quero observar é que os cinco disseram que ficariam muito contentes em me receber, e demonstraram isso em suas falas, mesmo que estivessem cometendo um “pequeno crime” em receber alguém, naquele momento crítico, que não fazia parte de seu círculo familiar. Novamente afirmo que meu objetivo não é julgar as razões dos outros 45, mas fiquei muito feliz com o acolhimento da minoria – sentir-se acolhido é, possivelmente, um dos momentos de maior felicidade do ser humano.
 
Essa conta acima também perpassa a análise que agora faço do segundo experimento. Como bem observou minha mãe em uma de nossas conversas diárias, produzir este Diário está sendo uma espécie de catarse para mim. Com isso, e como sempre gostei de estatística, vejo que gostaria de ter mais leitores do que atualmente tenho. Por outro lado, em uma das “edições” do Diário, convidei muita gente a lê-lo – nessa oportunidade, houve quase 100 curtidas. Ontem, convidei um que outro, e as curtidas caíram pela metade. Necessidade de ter aprovação? Pode ser. Ego? Também pode ser, mas, talvez acima de tudo, está a mensagem que o Diário quer trazer a todos – e isso (há meu caro amigo Jeferson, me perdoe!) não cabe ainda contar hoje!
 
Concluindo, tomo a liberdade de sugerir mais uma leitura para estes “tempos sombrios”: “Ensaio sobre a cegueira” (José Saramago). Nessa obra, o brilhante escritor português “brinca” com uma pandemia que deixa quase todas as pessoas cegas. Os poucos que veem serão capazes de conduzir a humanidade? Leiam lá e descubram o que Saramago quer nos alertar.
Uma boa noite a todos!
 

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