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Diário da Pandemia – 12º dia de confinamento:

Março 30, 2020

Xanxerê amanheceu com um sol radiante, como há tempos não via. 

Parece que a natureza não está “nem aí” com as mazelas humanas. Passarinhos cantam seus hinos, o vento carrega o pó de um lado a outro e os demais elementos do meio ambiente cumprem suas jornadas. Apenas nós, frágeis seres humanos, precisamos nos isolar para nossa sobrevivência. Triste sina...
 
Hoje, é dia de confessar pecado e frustração mortais. Os novos tempos (dias sombrios, como gosto de me referir) demandam importantes reflexões pessoais. E conforme os dias passam, isso se torna mais latente.
 
Primeiro, o pecado. Sempre fui, e não sei se consigo disfarçar, um preguiçoso “nato”. Tenho preguiça de tudo: ir dormir, acordar, fazer serviços caseiros, exercitar-me, passear com minha filha (perdão, Marina Vitória pela confissão!), entre outros mil – exagerando um pouco. Mas, talvez, o pior seja o de trabalhar! Verdade verdadeira! Inclusive, minha mãe sempre diz: “Vá, vá, Junior (assim que ela carinhosamente me chama), você nunca teve vontade de trabalhar!”
 
Confesso, infelizmente, que é verdade, apesar de sempre me considerar um trabalhador nato e profissional no que faço. Durante minha jornada profissional anterior à atual, por exemplo, “cansei” de trabalhar muitas horas por dia da semana e muitas horas nos finais de semana. Quem sabe isso até tenha contribuído para “falecer” meu casamento. (Momento de risos sardônicos particulares).
 
Aliado a esse pecado, está a triste procrastinação (em palavras simples, ato de deixar tudo pra amanhã). Mas isso é assunto para outro dia...
 
E, agora, a frustração. Sinto-me um escritor frustrado – não fracassado, que o significado é outro. Desde criança alfabetizada, sempre gostei de escrever. No início, escrevia paródias sobre minha irmã – material que o tempo consumiu. Depois, já jovem, parodiava os professores. Minha verve humorística era infinitamente maior do que é hoje.
 
Consegui, até, lançar dois livros, dos quais sugiro a leitura: em 1995, durante a graduação em Letras, a pequena “Escrituras do cárcere”, em coautoria com meu amigo Valdir Prigol. Oito anos depois, agora no Mestrado em Letras (na UFSC), “Quem escreve um conto, chega a um livro”, em parceria com meu amigo Márcio Maieski e orientado pela doutora Rosângela Rodrigues. E, em 2005, finalizando o Mestrado, escrevi uma “brilhante” (em minha avaliação!) dissertação, intitulada “O artigo de opinião na perspectiva pedagógico-discursiva – uma experiência no ensino superior”.
 
Atuei, durante muito tempo (umas duas décadas, por aí), como jornalista – formação que também tenho. Nesse período, escrevi milhares de textos (notas, notícias e reportagens) e meio que compensei a frustração. O que não consigo me “perdoar” é o período em que fiquei desempregado – cerca de 18 meses –, e a preguiça não me permitia fazer nada além de dormir.
Será que é preciso um cataclismo para que acordemos e passemos a agir de forma diferente? Acredito que o tempo nos trará essa resposta. Quem sabe alguns meses antes que este tempo sombrio desvaneça. Vale a reflexão! Boa noite a todos!
 

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