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De bancário a microempreendedor no ramo de panificação: uma história de lutas! (relato de experiência vivida)

Setembro 12, 2021

Década de 1980. Ambos trabalhávamos em instituições bancárias: eu, no Bradesco; e o Ulisses, no Banco do Brasil. Assim, conhecemo-nos através de um jornal de F1, que um amigo nosso confeccionava. Na época, compartilhávamos o gosto e a paixão pelo maior “circo do mundo”: o da F1. Depois, com a morte do Senna e a aposentadoria do Nelson Piquet, nosso contato foi diminuindo... O tempo foi passando, e cada um seguiu seu destino.

Com a automatização dos bancos, “sobraram” funcionários, e eu fui demitido. Investindo o dinheiro do acerto, adquiri um pequeno comércio. Foram dez anos à frente dele, quando, no início do ano 2000, a instabilidade econômica me fez “fechar as portas”. Surgiu, então, uma nova oportunidade de emprego, quando meu irmão abriu uma pequena fábrica de móveis. Com isso, foram mais quatro anos e uma experiência não muito agradável... (Aí, eu concordei com aquele ditado que diz que trabalhar com parente não dá certo!).

Novamente desempregado, fui distribuir currículos. Não demorou e, logo, um novo emprego apareceu, novamente em uma fábrica de móveis, mas, dessa vez, uma grande empresa (com cerca de 150 empregados). Comecei montando móveis e, aos poucos, fui “galgando” posições, até chegar a encarregado de duas seções. Infelizmente, a empresa foi vendida, e seus proprietários não entendiam muito do fabrico de móveis; assim, logo a empresa faliu.

Mais uma vez desempregado e, dessa vez, sem dinheiro... Como tinha experiência em montagens de móveis, um amigo me indicou outra empresa. Era “pegar ou largar”! Sem dinheiro, e com contas a pagar, fui lá e enfrentei um novo desafio, que durou apenas um ano...

A partir daí, começa a minha vida de microempreendedor!

Perto de casa, havia aberto um comércio de frutas e verduras. Certo dia, o dono dessa frutaria me perguntou se eu não poderia fornecer pães para eles – a minha esposa já fazia pão para alguns viúvos que moravam perto e, então, colocamos uns pães para venda. Foi sucesso imediato! (Só para lembrar que o nosso pão é assado em forno a lenha, como nos tempos da oma/nona).

Começamos fabricando cerca de 30 pães diários. Logo, as vendas foram aumentando, e tivemos de nos adaptar à demanda, com compra de maquinário para amassar, pois, até então, era tudo amassado na mão... Também necessitamos construir novos fornos, porque só tínhamos um.

A pedido dos clientes, já que eu estava entregando o produto em mais locais, igualmente foi adquirida uma fatiadeira. E, assim, fomos evoluindo para cerca de 100 pães diários. Como somente eu e minha esposa já não dávamos conta, contratamos uma funcionária. De repente, a pandemia nos afetou, e tivemos de remanejar a funcionária para trabalhar somente na sexta-feira (dia de maior produção).

Apesar de tudo, financeiramente, o pão nos trouxe conforto e pudemos, com isso, reformar e pintar nossa casa. Ainda, instalamos climatizador e, no começo deste ano, também montamos um banheiro e rampas todas adaptadas para minha filha. Conseguimos, por fim, adquirir uma Montana furgão, para as entregas, e realizamos o sonho de consumo de muitos, ao adquirir um carro zero quilômetro.

Hoje, posso dizer que estamos realizados, mas também não é para qualquer um “pular” da cama às 3h30... Pretendemos, ainda, continuar neste ramo por mais dois anos, quando, então, minha esposa também irá se aposentar.

Depois de tudo o que eu descrevi acima, só posso ser grato a Deus, que sempre, principalmente nos momentos mais difíceis, me fez ver “a luz lá no fim do túnel”! Para encerrar, recordo um pequeno trecho da obra de Gonçalves Dias, que resume nossa batalha: “A vida é combate, que os fracos abate, que os fortes, os bravos só pode exaltar!” (Canção do Tamoio)

* texto de autoria de Alisio Oestreich, microempresário do ramo de panificação, que reside em São Bento do Sul (SC)

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