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Diário da Pandemia – 34º dia de confinamento:

Abril 21, 2020
Acordei cedo para planejar as atividades a distância para meus alunos pequenos – 7º e 8º anos. Essa atitude – acordar cedo – tem sido cada vez menos comum desde que iniciou o confinamento. Como costumo dormir tarde, geralmente após a meia-noite, acordo também mais tarde. O dia, da forma como estamos “escondidos” do vírus, transcorreria diferente caso acordássemos cedo ou tarde? Acho que não.
 
Livre da tormentosa enxaqueca de ontem, o dia foi leve. Feriado, em que houve os que trabalharam e os que descansaram, como se via em uma rápida volta de carro pela cidade. Até foi engraçado: fui barrado na porta do posto de combustíveis por estar sem máscara... Novos tempos, novos tempos!
 
Propus-me hoje a discorrer (gosto muito desse verbo, não sei o porquê...) sobre o “valor das coisas”, já que tudo na vida possui um determinado preço, seja ele justo, a nosso parecer, ou não. Só não podemos analisar o valor da vida humana, que é inestimável e não pertence a essa reflexão.
 
Certamente, quanto mais luxuoso for o bem (pra não utilizar a palavra “coisa”, aparentemente ignóbil), mais caro será o seu valor. Exemplo: uma Mercedes vale muito mais do que o meu combalido Uno. Mas isso vale pra tudo? Sim e não.
 
Sim, porque cada um pode definir o preço daquilo que possui; superestimá-lo conforme seu bel prazer. Nessa atitude, há, claro, os que afirmam seus bens serem muito mais valiosos do que os do seu vizinho, ou adversário, ou inimigo.
 
Em meu modesto ponto de vista, o que tenho não vale absolutamente nada. Na verdade, vale pela serventia que tem. Meu apartamento, poderia, assim, estimá-lo em milhões, mesmo sabendo que ele vale talvez alguns milhares de reais. Isso porque, sem ele, não vivo, mas bem poderia viver em algo bem mais modesto, desde que me servisse de guarida e protegesse meu sono. O mesmo diria para meu carro, que me leva onde uma Mercedes também leva o felizardo que a possui.
 
Não esqueci do “não” acima. Pois bem, quanto vale, neste período crítico, um abraço? Não tem valor ou vale até uma vida! E um simples aperto de mão, tão utilizado para cumprimentar ou fechar um negócio? Também perdeu ou superestimou seu valor. Então, a lição que quer se fazer presente na vida (e cada vez mais forte) é a de que podemos ter muitos bens, muitas riquezas, mas sermos pobres em valores imateriais – solidariedade, senso de humanidade, gentileza, respeito ao próximo, humildade, amorosidade e por aí vai.
 
Estou faltando com meus leitores fiéis. Então, hoje mais uma sugestão de boa leitura em tempos de pandemia: “A revolução dos bichos” (George Orwell). A fábula desse romance é bastante simples: um dia, em uma fazenda, os animais resolvem se revoltar e tomam conta de tudo. A partir daí, estarão eles preparados para direcionar os destinos da fazenda e do mundo? Leiam que a resposta está lá.
 
Boa noite a todos!
 

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